sábado, 23 de abril de 2011

Concurso público faz bem às instituições ?

Foi uma reinvindicação da sociedade que, para combater o Nepotismo (empregar parentes), as vagas fossem preenchidas através de Concursos. Até algumas empresas privadas fazem uma prova, dada a quantidade de mão-de-obra disponível, infelizmente desqualificada, em sua maioria.

E como toda novidade traz a oportunidade, foi criada uma indústria do concurso. Os cursinhos pré-vestibulares, sem clientela devido à proliferação de Universidades de fim de semana e Faculdades de pouca credibilidade, encontraram um novo mercado: os aspirantes aos cargos oferecidos em concurso público. É fato que existem os profissionais de concurso público, que se inscrevem para decifrar a organização e os padrões destes. Tudo tem padrão e repetição.

Nós mesmos aguardávamos esta mudança, como se fosse uma panacéia. Tolos que fomos.

Os órgãos públicos receberam uma enorme "descarga" destes indivíduos. E pudemos observar seu comportamento, desde 1991, quando todo mundo começou a cumprir a lei. Para nossa infelicidade, o concursado apresenta, em sua maioria, tendência a se classificar como excessivamente legítimo e a abrogar mais direitos do que realmente tem. Ele se acha "indemissionável", ou seja, propala aos quatro ventos que para mandá-lo embora é muito difícil.

Quando as coisas ficam um pouco ruins, ele logo dispara a seguinte frase:

Ah, eu passei no concurso daqui, eu faço outro e vou embora

E eles tem razão quanto a passar em outro concurso facilmente. Isto foi fruto de um debate entre colegas por muitos anos: o comportamento do concursado. O porquê de muitos concursados passarem fácil em concursos mas trabalharem mal tem razões paradoxais. Ele se tornou especializado em ... ESTUDAR. E quem já teve outros empregos, outras experiências, sabe ... TRABALHAR.

Todo trabalho terá, certamente, aspectos desagradáveis periodicamente, mas o indivíduo não pode fugir ao menor sinal de perigo. Melhor seria que o concursado tivesse várias experiências de pequenos trabalhos, até voluntários, antes de se lançar a um concurso. Como vai trabalhar em uma firma do Governo ( na grande maioria dos concursos o oferecido é isto ), já deve ir com a idéia de que existe muita política, códigos de ética e mudanças de acordo com os resultados das eleições.

Outro aspecto terrível dos concursos é a forma como o candidato encara a Bibliografia Sugerida. Se ele decorar, aceitando as fontes como verdade absoluta, ele passa. Aliás, muitos dos que passam tem esta característica, e passam em todos concursos que fazem, nas melhores colocações. E no trabalho, a persistir esta tendência, eles serão aqueles funcionários que seguirão as ordens à risca, sem criar nada, sem inovar, sem questionar. Em seu aspecto mais deletério, este funcionário pode se transformar num "dedo-duro", num "puxa-saco" e num invejoso que tentará barrar o crescimento dos colegas.

Portanto, pobre candidato que ler estas linhas, tenha consciência do que vai fazer, antes de entrar num concurso público.

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