segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Falar alto incomoda tanto como uma agressão

Trinta anos atrás, ou mais, as empresas começaram a separar seus departamentos com divisórias, para que os funcionários pudessem ter certa privacidade para se concentrar no trabalho. Mas por causa da personalidade do brasileiro médio de "enrolar" (embromar) no trabalho, e sair sem avisar (conhecido como nó cego), os designers de móveis de escritório foram levados a projetar divisórias baixas. Desta forma, um numeroso grupo de funcionários fica a mercê dos múltiplos diálogos dos colegas, num burburinho que, se não compreensível, incomoda por se constituir num ruído constante como se fosse de uma máquina funcionando o tempo todo.

Mas a tendência ao caos é sempre maior, e um fator se destaca de todos os outros: pessoas que falam muito alto, ao telefone, ou com o colega do lado ou com aquele colega que está a uns 10 metros de distância. Isto é extremamente perturbador, pois torna a concentração impossível, e atinge pelo menos umas dez pessoas próximas. É um fator de improdutividade considerável.

As origens deste problema simplesmente residem em uma educação que vem de casa. Pai e mãe usam correntemente a ordem em casa:

Meu filho, fale baixo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Trabalho não é a casa da gente

Uma das grandes confusões que surgem quando o indivíduo passa dez horas ou mais em seu local de trabalho é a de achar que ali é a sua casa. E em achando isto, passa a tratar os colegas exigindo o comportamento de irmãos fraternais, e passa a tratar o gerente como um pai, chegando ao ponto de fazer também "birra". E esta confusão pode culminar em transformação do local de trabalho para ele e para os outros em clínica psiquiátrica, onde ele é o doente tentando adoecer os colegas, pois desta forma será melhor compreendido.

Trabalho é uma operação na qual se tira o sustento, com o suor do rosto, conforme o bem dito da Bíblia. Colegas são elegíveis para novas amizades, mas não são amigos por definição. O trabalho é também para crescimento do ser humano. Não se substitui o lar pelo trabalho, até porque não podemos transitar no mesmo de chinelo e bermuda e sem camisa.

Trabalho é trabalho, casa é casa.

Que violência é esta ?

Além das conhecidas "violência do tráfico", "violência nas escolas" e "violência em casa", temos o advento da Violência no Trabalho, fruto de uma geração sem limites. Mas como tudo é proveitoso, vamos ganhar conhecimento estudando este fenômeno. A ciência não distingue bem e mal; ela estuda os fenômenos e tenta incluí-los em um modelo, facilitando sua compreensão e construindo um arcabouço teórico para descrevê-los.

O trabalho já foi uma oração salutar, onde se laborava com prazer e de onde provinham as amizades das pessoas. Dizem que a concorrência e o aumento da população fez com que as pessoas ficassem mais agressivas. Dizemos que:

Até na guerra existe a cortesia.

Isto ocorre porque nela todos os envolvidos sabem que estão numa situação extrema. Mas o trabalho não é condição extrema, e nem o deve ser. Se o for, existe contexto para a violência. É o caso ? Respondamos depois.

Formas de violência

Principalmente, a violência no trabalho se expressa de forma verbal e nas ações:

  • Fofocas horizontais: de colega para colega;
  • Fofocas verticais: colega falando mal de colega para o gerente;
  • Empurrar serviço para os outros;
  • Brigar com os colegas para pegar o serviço deles;
  • Sair na hora que vê que vai chegar algum serviço;
  • Fazer de um pequeno problema de saúde uma doença grave, para não ter que trabalhar;
  • Sumir com o serviço do colega;
  • Passar um serviço seu para o colega ao sair de férias sem o chefe saber;
  • Agressão física.

Isto é somente uma introdução para meditação. Talvez desta forma você não precise ler os posts que se seguirão.