sábado, 30 de abril de 2011

Redução da jornada de trabalho

De acordo com as estatísticas, o nosso país está ficando mais velho. Junte-se a isto o fator previdenciário, que está fazendo com que estas pessoas mais velhas se aposentem mais tarde.

Ora, uma pessoa com mais de 50 anos tem um conhecimento acumulado sem par. Mas a energia e a tolerância estão comprometidos. Não dá mais para aguentar 8 horas em serviços que bem podem ser feitos em 4 horas. Mas por leis coloniais somos obrigados a ficar 8 horas no local de trabalho, mesmo sem serviço. Com mais de 60 anos, a coisa piora.

Então, nossa proposta é que acima de 50 anos o trabalhador possa cumprir um horário de 7 horas apenas de trabalho por dia. Acima de 60, o horário seria de apenas 6 horas, ou poder faltar na sexta-feira. Poder-se-ia negociar a redução do salário.

Ganhos

Teríamos menos saídas do trabalho para consultas médicas, menos acidentes, e menos risco de morte para alguém que espera aposentar-se vivo, e não enfartar e nunca poder aproveitar a aposentadoria. Teríamos menos conflitos, dado que muitas destas pessoas já entraram no estado de "tolerância zero" com os colegas, pois já estão cheias de trabalhar tantos anos.

Horários do caos - Horas extras

Primeiro caso

Se os dispositivos disciplinares e normas de trabalho regulam os horários de trabalho, e o salário mensal é fixo, os trabalhadores precisam utilizar subterfúgios para aumentar seus ganhos.

Não são poucos os empregados que "enrolam" durante o expediente as suas tarefas, gastando mais tempo no café, saindo para o banco, saindo para consultas médicas ou odontológicas, ou simplesmente saindo da área a pretexto de ir resolver um problema de serviço em outra área, de forma que tenham a desculpa de ficar até mais tarde, para ganhar horas extras.

Segundo caso

Se o gerente tem horários particulares e pode, pela sua posição, driblar as regras, quem sofre são os subordinados. Existem alguns deles, em firmas cuja sede está no exterior, que encaram os brasileiros como escravos. Chegam tarde da manhã, almoçam até as três horas e ficam conversando as vezes por mais de meia hora com seus patrícios. Então, lá pelas 17:30 ou até 18:00 h chamam os subordinados para discutir coisas do trabalho, e acham ruim se eles já saíram.

É a outra face do colonialismo. Acham que os brasileiros são seus serviçais. As firmas estrangeiras deveriam ser bem monitoradas pelo Ministério do Trabalho.

Empregado do mês

Muito criativos os profissionais de Recursos Humanos em termos de lidar com graves problemas aumentando a auto-estima do empregado, mas escondendo intenções perversas e de prestidigitação.

Via de regra os empregados estão insatisfeitos com o salário. Tem uns que, pelo que fazem, ganham até o triplo ou dez vezes mais do que mereceriam. Uma minoria está satisfeita e vive dentro dos limites financeiros estipulados pelo salário que ganha.  Tem os que ganham o que merecem, nem mais nem menos, pois tem uma medida interna daquilo que está ao seu alcance e do que extrapola completamente sua capacidade.

A alta gerência das empresas americanas estudou uma solução para tentar estimular os empregados. Avessos à idéia de sempre estar estimulando TODOS os empregados, pois sua economia é extremamente predadora dentro dos ditames do capitalismo, eles encomendaram aos sociólogos, pedagogos e psicólogos das firmas de consultoria, pródigas em "meias idéias", resolver o problema da insatisfação dos empregados. Surgiu a brilhante idéia de eleger, a cada mês, um empregado como sendo o que mais se destacou trabalhando, MESMO QUE ESTE NÂO TENHA FEITO NADA PARA SE DESTACAR, dando a ele um pequeníssimo bônus salarial.

E avançando no absurdo, algumas empresas resolveram eleger como empregado do mês aquele que estivesse "pendurado" em dívidas. Isto ajuda a aumentar a insatisfação dos empregados. O ser humano se enrosca em suas próprias estratégias, pois desvirtua tudo o que ele mesmo inventa.

O que o empregado quer ?

O empregado quer trabalhar em uma empresa e, à medida em que os anos de sua permanência vão passando, ter progressão. Ele não quer ver colegas "morcegos" ou incompetentes subindo de cargo e nem de salário. Em suma, ele quer é salário, e não benefícios. Existem firmas injustas e empregados injustos.

Os órgãos de classe deveriam ter uma Ouvidoria para receberem reclamações de procedimentos injustos das empresas, como proteção dos "morcegos", auxílio à ascensão de protegidos, agressões verbais e físicas dos superiores contra empregados e vice-versa.

Empregado quer é salário, e não esmola

sábado, 23 de abril de 2011

Violência no mesmo ramo - Inveja

Já tratamos da inveja entre colegas, dentro do mesmo local de trabalho. Mas existe uma outra variante, onde acreditamos que a distância física impeça o contato direto e consequências funestas: a inveja entre profissionais do mesmo ramo, em empresas diferentes.

Pois se deu hoje, em uma tarde muito bonita do mês de abril, um dos mais bonitos do ano. Um dono de salão, que já tinha rixa com outro, descarregou 16 tiros no desafeto. O dono do salão Sílvio, situado na rua Marquês de Maricá, quase esquina de Barão de Macaúbas, onde fica o salão da vítima, o salão Gilberto, de nome Sílvio, assassinou o colega de profissão, dizem as testemunhas, por inveja. Já haviam trocado agressões verbais e físicas.

O mais chocante é que o matador e eu fomos colegas no chamado curso ginasial. Custei a acreditar, mas me lembrei de problemas relacionados no Colégio Padre Machado. Você fica impressionado quando alguém de cuja vida participou, mesmo que um pouco, se envolve em algo deste tipo. Ele já apresentava alguns problemas de relacionamento, mas prosseguiu sua vida, se formou, e montou seu salão. Coisa de garotos, como dizem (no entanto, garotos são como que protótipos de homens). A concorrência deve ter afetado seu equilíbrio, e as consequências foram extremas. Dezesseis tiros dão a proporção da confusão mental entre um assunto meramente comercial com o pessoal.

Este é o mundo, atualmente, da concorrência. Tem doido prá tudo. E o homem ainda comete suicídio. Ora, se eliminou o concorrente, para que se suicidar ? É um claro reflexo do deprimido agudo: não consegue prosseguir.

Este post é um alerta para os que sentem inveja. No estatuto do desarmamento, ela deveria ser citada, pois é uma arma letal. A arma mecânica é só o "braço armado da inveja", neste caso. A campanha do desarmamento deveria confiscar é a agressividade exacerbada e cega do homem, e não as armas mecânicas. Campanhas deveriam alertar o trabalhador de que agressões verbais e físicas serão consideradas como tentativas de homicídio igualmente qualificadas.

Concurso público faz bem às instituições ?

Foi uma reinvindicação da sociedade que, para combater o Nepotismo (empregar parentes), as vagas fossem preenchidas através de Concursos. Até algumas empresas privadas fazem uma prova, dada a quantidade de mão-de-obra disponível, infelizmente desqualificada, em sua maioria.

E como toda novidade traz a oportunidade, foi criada uma indústria do concurso. Os cursinhos pré-vestibulares, sem clientela devido à proliferação de Universidades de fim de semana e Faculdades de pouca credibilidade, encontraram um novo mercado: os aspirantes aos cargos oferecidos em concurso público. É fato que existem os profissionais de concurso público, que se inscrevem para decifrar a organização e os padrões destes. Tudo tem padrão e repetição.

Nós mesmos aguardávamos esta mudança, como se fosse uma panacéia. Tolos que fomos.

Os órgãos públicos receberam uma enorme "descarga" destes indivíduos. E pudemos observar seu comportamento, desde 1991, quando todo mundo começou a cumprir a lei. Para nossa infelicidade, o concursado apresenta, em sua maioria, tendência a se classificar como excessivamente legítimo e a abrogar mais direitos do que realmente tem. Ele se acha "indemissionável", ou seja, propala aos quatro ventos que para mandá-lo embora é muito difícil.

Quando as coisas ficam um pouco ruins, ele logo dispara a seguinte frase:

Ah, eu passei no concurso daqui, eu faço outro e vou embora

E eles tem razão quanto a passar em outro concurso facilmente. Isto foi fruto de um debate entre colegas por muitos anos: o comportamento do concursado. O porquê de muitos concursados passarem fácil em concursos mas trabalharem mal tem razões paradoxais. Ele se tornou especializado em ... ESTUDAR. E quem já teve outros empregos, outras experiências, sabe ... TRABALHAR.

Todo trabalho terá, certamente, aspectos desagradáveis periodicamente, mas o indivíduo não pode fugir ao menor sinal de perigo. Melhor seria que o concursado tivesse várias experiências de pequenos trabalhos, até voluntários, antes de se lançar a um concurso. Como vai trabalhar em uma firma do Governo ( na grande maioria dos concursos o oferecido é isto ), já deve ir com a idéia de que existe muita política, códigos de ética e mudanças de acordo com os resultados das eleições.

Outro aspecto terrível dos concursos é a forma como o candidato encara a Bibliografia Sugerida. Se ele decorar, aceitando as fontes como verdade absoluta, ele passa. Aliás, muitos dos que passam tem esta característica, e passam em todos concursos que fazem, nas melhores colocações. E no trabalho, a persistir esta tendência, eles serão aqueles funcionários que seguirão as ordens à risca, sem criar nada, sem inovar, sem questionar. Em seu aspecto mais deletério, este funcionário pode se transformar num "dedo-duro", num "puxa-saco" e num invejoso que tentará barrar o crescimento dos colegas.

Portanto, pobre candidato que ler estas linhas, tenha consciência do que vai fazer, antes de entrar num concurso público.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Não precisa ficar nervoso não, é apenas trabalho

O empregado passa por várias fases no trabalho. (1) Fase do entusiasmo absoluto. O empregado acabou de passar no concurso público externo ou interno. É chamado para ser admitido. Está em estado de júbilo indescritível. Nada o desanimará por uns bons meses.

Após alguns meses, a situação já se transformou em rotina (2), e o empregado já abre os olhos e percebe o que está à sua volta. Talvez já não ache os colegas tão irmãos, mas considera isto normal. Alguns tropeços e (3) já percebe que existem "carnes de pescoço" e já começa a evitar algumas delas.

Daí surgem ramificações de comportamento, muitas, e por serem muitas vamos nos ater só à que nos interessa. Após uns anos de trabalho, alguns indivíduos adquirem comportamento obsessivo em relação ao trabalho. Ao invés de se preocuparem com frutos, começam a se preocupar excessivamente com o terreno.

Da plantação você deve se preocupar em colher os frutos, bem como do trabalho você deve se preocupar em colher o salário, com justiça, e não com rigidez excessiva de comportamento, querendo mostrar que é melhor que os outros, ou que está certo e todos os outros errados.

O obsessivo, começa a querer ser muito correto, querer que tudo passe por ele, pois se acha modelo de retidão, justiça, sobriedade, altivez e altruísmo. Então é preciso que alguém lhe diga com firmeza e amor:

Meu filho (ou minha filha) isto é só trabalho

Esta pessoa, envolvida pelo cotidiano, tornando o trabalho sua fonte de realização, e por vezes esquecendo da própria família, começa a se exasperar pelas menores frustações e querer saber de tudo, e que tudo passe por ela. Não percebe que é apenas mais um empregado, tornando-se chata e execrada pelos colegas.