domingo, 14 de agosto de 2011

Convívio forçado ou escravidão remunerada

Os vínculos estabelecidos pelo trabalho são muito artificiais.

Das propriedades particulares, ou do trabalho escravo, a civilização mercantilista chegou ao trabalho dito de equipe, em empresas, com toda a pompa e circunstância, cercada de direitos trabalhistas e obrigações tributárias, numa aura de "glamour".

Trabalhamos em escritórios bem aparelhados em mobiliário, em recursos de informática, com ar condicionado central, garantidos por planos previdenciários, planos de saúde, crédito garantido em função de uma folha de pagamento bem institucionalizada e atrelada a bancos que tem interesse em empréstimos consignados, pois as prestações destes são descontadas diretamente no salário, etc.

Mas somos obrigados a permanecer PRESOS, isto mesmo, é o que você leu. Não existe o trabalho por objetivo, e sim remuneração por permanência, como se fosse uma "pena em presídio trabalhista".

Remuneração por metas

Muitas empresas tentam implantar o controle de demandas, tentando inserí-las em projetos, o que facilitaria muito tanto o rateamento de custos, como o rateio de lucros. Só que existe uma grande parcela de funcionários que:


  • Não desejam controle;
  • Preferem a remuneração por permanência no serviço, pois chegam na hora e saem na hora devida;
  • Não desejam ter que fazer o serviço;
  • Fazem sempre ar de contrariados quando lhe dão algum serviço, para que o gerente pense dez vezes antes de lhe dar algo o que fazer;
  • Preferem a ditadura do relógio do que o mando do gerente;
  • Não sabem lidar com metas;
  • Não querem que os colegas saibam o que ele faz, porque provavelmente é pouco ou nada;


Portanto, a implantação de trabalho por metas e objetivos "espantaria" gente inapropriada ao século XXI (já estamos nele).

O horário

O horário poderia ser livre, e o empregado poderia até trabalhar em casa conforme as características do seu serviço.

Muitos maus empregados se escondem por detrás do horário. Chegam cedo, para serem vistos, mas não encaram serviço, sendo verdadeiros enumeradores de razões para não se fazer o que lhe é pedido. Cumprir horário é fácil, pois o relógio só anda para frente.

Competição e brigas

Mas o que acontece quando pessoas que não escolheram suas companhias de dia a dia são colocadas juntas?

É muito fácil responder, pois até em lojas com apenas três vendedores observamos:


  • Inveja;
  • Mentiras são inventadas;
  • Brigas e bullying surgem;
  • Empregados tiram licença por esgotamento (stress);
  • Gerentes não mandam o empregado embora, mas os perseguem até que peçam demissão ou fiquem doentes;


Isto é caso para Justiça Trabalhista, Organização Mundial de Saúde, Planos de Saúde e Planos de Previdência. Afinal, se os problemas somatizados do empregado provocarem sua aposentadoria precoce, os Planos é que sofrerão as consequências.

Se os vínculos de trabalho não forem mudados, os problemas trabalhistas que estão aí vão piorar, e novos mais graves surgirão. O ideal é não manter muita gente junta por muito tempo. Os meios já existem, é só utilizá-los.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fazendo as próprias regras

É um meio caminho para a loucura, mas a longo longo prazo. O ser humano não foi feito para ficar tanto tempo trancado entre paredes, com outros à sua volta na mesma condição.

Na ironia da adaptação a qualquer condição, por ser a inteligência do homem muito plástica, ele mergulha integralmente nos afazeres do trabalho, até confundí-lo com prazer. Uma vez confuso, ele finalmente decide se compromissar ao excesso, e diz em sua mente:

Vou fazer isto ser meu

Por isto, quando ouvimos alguém dizer que o objetivo humano é o dinheiro e o prazer, nos parece algo bem simplista. Uma mulher olha um homem e diz em sua mente: "Ele vai ser meu" ou o zênite deste delírio "Ele é meu", pois já consumou algo em seu pensamento, extremamente perigoso. O perigo não é o dinheiro nem o prazer em suas formas primárias; o perigo é já sentir PODER SOBRE ALGO QUE NÃO É UM OBJETO. Seres humanos não são objetos, nem sentimentos.

O problema do DESEJO é uma produção de riqueza acima da escala normal de valor. Por exemplo: O homem deseja uma mulher que chama muito a atenção pela sua beleza. Para todos, ela representa um motivo de distração moderada quando passa. Mas se para um homem ela representar ALGO que merece o olhar, enquanto está visível, pensar quando já passou e necessidade de ser sua a TODO CUSTO, esta mulher foi transformada em um BEM a ser possuído. Ela então se transformou, na mente deste homem, em riqueza. Se a possuir, estará rico.

E no trabalho

Um simples projeto, uma simples demanda, um simples posto, uma vez que seja encarado como riqueza por um empregado, psicologicamente uma fixação ou obsessão, acaba se tornando algo semelhante ao caso daquela mulher para aquele homem fora de si mencionado como exemplo. Acaba se tornando TUDO, e o empregado começa a não deixar que interfiram, a lutar contra os colegas, e a se abalar psicologicamente.

Conclusão

Direção e gerentes de empresa devem sempre mostrar sua propriedade sobre os processos, senão vão colaborar para a produção de empregados desequilibrados, que acham que um serviço, projeto, demanda é deles.