segunda-feira, 28 de novembro de 2011

É melhor não saber para eu não ter que fazer

Um dos atributos que fazem do Homo Sapiens (ser humano) uma espécie sui generis é a sua capacidade de aprender.

No entanto, o homem ainda tem a capacidade de negar-se a aprender, como fruto de uma escolha de comportamento. Na vida comum, em seu cotidiano, ele até pode fazer esta escolha. Já, dentro do trabalho, isto já não é uma questão de ABSOLUTO DIREITO PESSOAL. É preciso saber se o que lhe está sendo pedido está dentro daquilo que é o escopo de atividades exercidas para perceber seu salário, salvaguardadas as condições de não lhe ferir a honra, a integridade física e nem posteriores desenquadramentos de sua função.

Se aquilo que ele está negando estiver incluído inegavelmente em sua função, dentro do horário de trabalho e não lhe for trazer prejuízos, ELE TEM QUE APRENDER E FAZER.

Uma situação que está se configurando logo após o advento das redes corporativas que oferecem o acesso à Internet é o ÓCIO INFORMÁTICO, ou seja, o empregado opta por não querer fazer nada para ficar passando o seu tempo, que é REMUNERADO, olhando seus próprios interesses na Internet.

O que este empregado está perdendo ?

Os orientais conhecem mais o sentido dos trabalhos longos e detalhados, e temos como exemplo a cerimônia do chá (até 4 horas de preparação), arte em papel (origami), pontes de bambu com enorme resistência devido aos detalhes de construção, a grande muralha, e tantos outros.

Alguns trabalhos que parecem repetitivos contém em si o atributo de reforçar a paciência e almejar a perfeição. Os esportes são clara demonstração disto. No entanto, este tipo de empregado encara qualquer serviço como perda de tempo. Isto pode estar por detrás de uma índole preguiçosa ou derrotista ou falsamente justificada por um salário baixo.

Em termos psicológicos, é danoso assumir uma postura de recusa de novos conhecimentos, pois o cérebro procura sempre novas conexões (é a sua natureza). Recusar ao cérebro o que é a sua vocação pode ir provocando aos poucos uma demência, uma senilidade precoce.

Justificativa salário

Na maioria das vezes, este tipo de empregado justificativa a falta de ação e falta de estímulo por conta do salário. Mas pense no "antes". Se ele está no emprego é porque precisa, e se aceitou um emprego que exige pouco, é porque ele é capaz de dar pouco. E o salário fica sendo o culpado. É fato de que muitos empregados, após um aumento, trabalham por três meses estimulados, e depois voltam a cair de produção, querendo ganhar mais, O problema deles está em seu interior, e não no salário.

Qual é realmente o problema ?

O problema é psicológico. A escala de valores dos empregados que não querem aprender mais foi mal construída pelos pais, ou por eles mesmos. Os pais lhes mostraram bons valores, mas a opção destas pessoas foi sempre o GOZO fácil, sem esforço. Seu foco é somente o dinheiro para poderem comer e se divertir. Somente as dificuldades, de muitos anos, farão com que ele TALVEZ mude.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Conflitos acerca de quem sabe mais no trabalho

Um dos prejuízos pessoais causados pelo trabalho, devido à Convivência forçada a que os empregados são submetidos é a disputa em torno de quem sabe mais do serviço.

Temos dois casos reais, que serão aqui traduzidos de uma forma objetiva, para entendimento do conflito, e não a explicitação do motivo real, dos envolvidos, e das palavras usadas. É como um "baseado em fatos reais".

Primeiro caso

Uma área administrativa jurídica recebe um aparelho para cópia de documentos, após um demorado processo de compra. A área tecnológica (apoio técnico à informática) foi responsável pela compra e está responsável pela instalação. A situação lógica é a de que o técnico de informática é o dono deste ramo de conhecimento, e a do técnico da área jurídica, um amador neste assunto, e a de saber menos. Deveria ser assim.

Mas acontece que o técnico em informática instala o equipamento e não instrui com precisão os empregados jurídicos, só falando que estava ligado e funcionando. Quem conhece os profissionais de informática sabe que a maioria é deste jeito mesmo.

Mas, pela Lei de Murphy, o equipamento exige uma cópia por folha. Começa então uma batalha verbal através de emails. Os empregados jurídicos pedem ao técnico uma solução. Os técnicos em informática, em sua maioria, NÃO GOSTAM DE RETORNAR a uma coisa que julgavam resolvida. Dá uma sensação de retrabalho, e eles gostam de pegar sempre um novo serviço. E saem falando que os clientes é que não sabem usar equipamentos e sistemas. É uma forma de escapismo.

Ironia do destino, a área jurídica conta com dois empregados que não largam problema para trás sem solução, e se lançam para resolver o imbróglio. Pedem o manual ao técnico, e este traz, sem acreditar que vá servir de nenhuma forma aos dois "leigos metidos". E, para seu azar, eles acham a solução no manual, faltando somente a senha do aparelho para executar a solução.

São trocados emails, com arrogância do lado da área de informática. Ao final das trocas de mensagens, o técnico é obrigado a dar a senha com um: "se vocês acham que isto vai resolver o problema ..."

E os empregados da área jurídica logram êxito ao executar a idéia que antes era só uma tese, pela falta da senha.

Este foi o primeiro caso.

Segundo caso

Um departamento de uma grande empresa recebe novatos, jovens, espertos e criativos, mas que não pertencem ao ramo do trabalho do departamento e sim ao rano da tecnologia. Este departamento vinha fazendo seu trabalho durante muitos anos, sempre do mesmo jeito, sem tecnologia e com métodos bem antiquados. Então vem novos tempos, com maior exigência tanto em termos de desempenho com em termos legais.

Então o gerente da área percebe que os novos desafios só podem ser vencidos engajando e dando mais importância aos empregados capacitados em tecnologia, porém sem desvalorizar os empregados mais diretamente ligados ao ramo da área. Acontece que estamos tratando com o Homo sapiens ciumentus, e estes últimos começam a acusar o gerente de transformar a sua área em uma panacéia tecnológica. A área se divide em duas facções, com brigas, choro, rosnados e ranger de dentes.

O ponto em comum

Estes dois casos mostram a feudalização das áreas de uma empresa em torno do ramo de atividade de seus profissionais. No macrocosmo gerencial, a área tecnológica se afasta e se cerca, assim como a área financeira, a de contabilidade, a de recursos humanos, e por aí vai. As outras áreas são como inimigas. É preciso se defender institucionalmente. Cada um sabe mais do seu serviço, então tem que se proteger dos outros, tanto de área para área, como de feudo para feudo dentro da mesma área.

As armas de defesa

Com a desculpa de que precisam medir o desempenho e distribuir melhor o serviço, as áreas mais medrosas inventam o Pedido de Serviço, ou Ordem de Serviço, vejam só, internamente. Não é para clientes externos não. É para os clientes internos, ou seja, as áreas da própria empresa. E o pior é que a direção da empresa aceita, não para registrar os pedidos em termo de demandas, mas acreditando evitar os conflitos internos.

E, ao invés de utilizar este instrumento para melhorar o serviço e torná-lo mais ágil, observa-se o recrudescimento da procastinação. E ao invés de as estatísticas resultantes servirem como um registro de conhecimento adquirido e de serviço executado, servem como desculpa das áreas para mostrarem que as demandas são muitas, e de que não existe gente suficiente para executá-las.

E em última instância, a mais danosa, como JUSTIFICATIVA PARA TERCEIRIZAÇÃO, com vistas aos contratos com ganhos "por debaixo dos panos".

Quem paga o pato ?

Quem paga o custo das vaidades, das disputas, do "quem sabe mais" é o cliente que adquire bens ou serviços desta empresa, pois sem estas "futilezas (futilidades mais vilezas) o custo seria menor.

domingo, 14 de agosto de 2011

Convívio forçado ou escravidão remunerada

Os vínculos estabelecidos pelo trabalho são muito artificiais.

Das propriedades particulares, ou do trabalho escravo, a civilização mercantilista chegou ao trabalho dito de equipe, em empresas, com toda a pompa e circunstância, cercada de direitos trabalhistas e obrigações tributárias, numa aura de "glamour".

Trabalhamos em escritórios bem aparelhados em mobiliário, em recursos de informática, com ar condicionado central, garantidos por planos previdenciários, planos de saúde, crédito garantido em função de uma folha de pagamento bem institucionalizada e atrelada a bancos que tem interesse em empréstimos consignados, pois as prestações destes são descontadas diretamente no salário, etc.

Mas somos obrigados a permanecer PRESOS, isto mesmo, é o que você leu. Não existe o trabalho por objetivo, e sim remuneração por permanência, como se fosse uma "pena em presídio trabalhista".

Remuneração por metas

Muitas empresas tentam implantar o controle de demandas, tentando inserí-las em projetos, o que facilitaria muito tanto o rateamento de custos, como o rateio de lucros. Só que existe uma grande parcela de funcionários que:


  • Não desejam controle;
  • Preferem a remuneração por permanência no serviço, pois chegam na hora e saem na hora devida;
  • Não desejam ter que fazer o serviço;
  • Fazem sempre ar de contrariados quando lhe dão algum serviço, para que o gerente pense dez vezes antes de lhe dar algo o que fazer;
  • Preferem a ditadura do relógio do que o mando do gerente;
  • Não sabem lidar com metas;
  • Não querem que os colegas saibam o que ele faz, porque provavelmente é pouco ou nada;


Portanto, a implantação de trabalho por metas e objetivos "espantaria" gente inapropriada ao século XXI (já estamos nele).

O horário

O horário poderia ser livre, e o empregado poderia até trabalhar em casa conforme as características do seu serviço.

Muitos maus empregados se escondem por detrás do horário. Chegam cedo, para serem vistos, mas não encaram serviço, sendo verdadeiros enumeradores de razões para não se fazer o que lhe é pedido. Cumprir horário é fácil, pois o relógio só anda para frente.

Competição e brigas

Mas o que acontece quando pessoas que não escolheram suas companhias de dia a dia são colocadas juntas?

É muito fácil responder, pois até em lojas com apenas três vendedores observamos:


  • Inveja;
  • Mentiras são inventadas;
  • Brigas e bullying surgem;
  • Empregados tiram licença por esgotamento (stress);
  • Gerentes não mandam o empregado embora, mas os perseguem até que peçam demissão ou fiquem doentes;


Isto é caso para Justiça Trabalhista, Organização Mundial de Saúde, Planos de Saúde e Planos de Previdência. Afinal, se os problemas somatizados do empregado provocarem sua aposentadoria precoce, os Planos é que sofrerão as consequências.

Se os vínculos de trabalho não forem mudados, os problemas trabalhistas que estão aí vão piorar, e novos mais graves surgirão. O ideal é não manter muita gente junta por muito tempo. Os meios já existem, é só utilizá-los.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fazendo as próprias regras

É um meio caminho para a loucura, mas a longo longo prazo. O ser humano não foi feito para ficar tanto tempo trancado entre paredes, com outros à sua volta na mesma condição.

Na ironia da adaptação a qualquer condição, por ser a inteligência do homem muito plástica, ele mergulha integralmente nos afazeres do trabalho, até confundí-lo com prazer. Uma vez confuso, ele finalmente decide se compromissar ao excesso, e diz em sua mente:

Vou fazer isto ser meu

Por isto, quando ouvimos alguém dizer que o objetivo humano é o dinheiro e o prazer, nos parece algo bem simplista. Uma mulher olha um homem e diz em sua mente: "Ele vai ser meu" ou o zênite deste delírio "Ele é meu", pois já consumou algo em seu pensamento, extremamente perigoso. O perigo não é o dinheiro nem o prazer em suas formas primárias; o perigo é já sentir PODER SOBRE ALGO QUE NÃO É UM OBJETO. Seres humanos não são objetos, nem sentimentos.

O problema do DESEJO é uma produção de riqueza acima da escala normal de valor. Por exemplo: O homem deseja uma mulher que chama muito a atenção pela sua beleza. Para todos, ela representa um motivo de distração moderada quando passa. Mas se para um homem ela representar ALGO que merece o olhar, enquanto está visível, pensar quando já passou e necessidade de ser sua a TODO CUSTO, esta mulher foi transformada em um BEM a ser possuído. Ela então se transformou, na mente deste homem, em riqueza. Se a possuir, estará rico.

E no trabalho

Um simples projeto, uma simples demanda, um simples posto, uma vez que seja encarado como riqueza por um empregado, psicologicamente uma fixação ou obsessão, acaba se tornando algo semelhante ao caso daquela mulher para aquele homem fora de si mencionado como exemplo. Acaba se tornando TUDO, e o empregado começa a não deixar que interfiram, a lutar contra os colegas, e a se abalar psicologicamente.

Conclusão

Direção e gerentes de empresa devem sempre mostrar sua propriedade sobre os processos, senão vão colaborar para a produção de empregados desequilibrados, que acham que um serviço, projeto, demanda é deles.

sábado, 30 de abril de 2011

Redução da jornada de trabalho

De acordo com as estatísticas, o nosso país está ficando mais velho. Junte-se a isto o fator previdenciário, que está fazendo com que estas pessoas mais velhas se aposentem mais tarde.

Ora, uma pessoa com mais de 50 anos tem um conhecimento acumulado sem par. Mas a energia e a tolerância estão comprometidos. Não dá mais para aguentar 8 horas em serviços que bem podem ser feitos em 4 horas. Mas por leis coloniais somos obrigados a ficar 8 horas no local de trabalho, mesmo sem serviço. Com mais de 60 anos, a coisa piora.

Então, nossa proposta é que acima de 50 anos o trabalhador possa cumprir um horário de 7 horas apenas de trabalho por dia. Acima de 60, o horário seria de apenas 6 horas, ou poder faltar na sexta-feira. Poder-se-ia negociar a redução do salário.

Ganhos

Teríamos menos saídas do trabalho para consultas médicas, menos acidentes, e menos risco de morte para alguém que espera aposentar-se vivo, e não enfartar e nunca poder aproveitar a aposentadoria. Teríamos menos conflitos, dado que muitas destas pessoas já entraram no estado de "tolerância zero" com os colegas, pois já estão cheias de trabalhar tantos anos.

Horários do caos - Horas extras

Primeiro caso

Se os dispositivos disciplinares e normas de trabalho regulam os horários de trabalho, e o salário mensal é fixo, os trabalhadores precisam utilizar subterfúgios para aumentar seus ganhos.

Não são poucos os empregados que "enrolam" durante o expediente as suas tarefas, gastando mais tempo no café, saindo para o banco, saindo para consultas médicas ou odontológicas, ou simplesmente saindo da área a pretexto de ir resolver um problema de serviço em outra área, de forma que tenham a desculpa de ficar até mais tarde, para ganhar horas extras.

Segundo caso

Se o gerente tem horários particulares e pode, pela sua posição, driblar as regras, quem sofre são os subordinados. Existem alguns deles, em firmas cuja sede está no exterior, que encaram os brasileiros como escravos. Chegam tarde da manhã, almoçam até as três horas e ficam conversando as vezes por mais de meia hora com seus patrícios. Então, lá pelas 17:30 ou até 18:00 h chamam os subordinados para discutir coisas do trabalho, e acham ruim se eles já saíram.

É a outra face do colonialismo. Acham que os brasileiros são seus serviçais. As firmas estrangeiras deveriam ser bem monitoradas pelo Ministério do Trabalho.

Empregado do mês

Muito criativos os profissionais de Recursos Humanos em termos de lidar com graves problemas aumentando a auto-estima do empregado, mas escondendo intenções perversas e de prestidigitação.

Via de regra os empregados estão insatisfeitos com o salário. Tem uns que, pelo que fazem, ganham até o triplo ou dez vezes mais do que mereceriam. Uma minoria está satisfeita e vive dentro dos limites financeiros estipulados pelo salário que ganha.  Tem os que ganham o que merecem, nem mais nem menos, pois tem uma medida interna daquilo que está ao seu alcance e do que extrapola completamente sua capacidade.

A alta gerência das empresas americanas estudou uma solução para tentar estimular os empregados. Avessos à idéia de sempre estar estimulando TODOS os empregados, pois sua economia é extremamente predadora dentro dos ditames do capitalismo, eles encomendaram aos sociólogos, pedagogos e psicólogos das firmas de consultoria, pródigas em "meias idéias", resolver o problema da insatisfação dos empregados. Surgiu a brilhante idéia de eleger, a cada mês, um empregado como sendo o que mais se destacou trabalhando, MESMO QUE ESTE NÂO TENHA FEITO NADA PARA SE DESTACAR, dando a ele um pequeníssimo bônus salarial.

E avançando no absurdo, algumas empresas resolveram eleger como empregado do mês aquele que estivesse "pendurado" em dívidas. Isto ajuda a aumentar a insatisfação dos empregados. O ser humano se enrosca em suas próprias estratégias, pois desvirtua tudo o que ele mesmo inventa.

O que o empregado quer ?

O empregado quer trabalhar em uma empresa e, à medida em que os anos de sua permanência vão passando, ter progressão. Ele não quer ver colegas "morcegos" ou incompetentes subindo de cargo e nem de salário. Em suma, ele quer é salário, e não benefícios. Existem firmas injustas e empregados injustos.

Os órgãos de classe deveriam ter uma Ouvidoria para receberem reclamações de procedimentos injustos das empresas, como proteção dos "morcegos", auxílio à ascensão de protegidos, agressões verbais e físicas dos superiores contra empregados e vice-versa.

Empregado quer é salário, e não esmola

sábado, 23 de abril de 2011

Violência no mesmo ramo - Inveja

Já tratamos da inveja entre colegas, dentro do mesmo local de trabalho. Mas existe uma outra variante, onde acreditamos que a distância física impeça o contato direto e consequências funestas: a inveja entre profissionais do mesmo ramo, em empresas diferentes.

Pois se deu hoje, em uma tarde muito bonita do mês de abril, um dos mais bonitos do ano. Um dono de salão, que já tinha rixa com outro, descarregou 16 tiros no desafeto. O dono do salão Sílvio, situado na rua Marquês de Maricá, quase esquina de Barão de Macaúbas, onde fica o salão da vítima, o salão Gilberto, de nome Sílvio, assassinou o colega de profissão, dizem as testemunhas, por inveja. Já haviam trocado agressões verbais e físicas.

O mais chocante é que o matador e eu fomos colegas no chamado curso ginasial. Custei a acreditar, mas me lembrei de problemas relacionados no Colégio Padre Machado. Você fica impressionado quando alguém de cuja vida participou, mesmo que um pouco, se envolve em algo deste tipo. Ele já apresentava alguns problemas de relacionamento, mas prosseguiu sua vida, se formou, e montou seu salão. Coisa de garotos, como dizem (no entanto, garotos são como que protótipos de homens). A concorrência deve ter afetado seu equilíbrio, e as consequências foram extremas. Dezesseis tiros dão a proporção da confusão mental entre um assunto meramente comercial com o pessoal.

Este é o mundo, atualmente, da concorrência. Tem doido prá tudo. E o homem ainda comete suicídio. Ora, se eliminou o concorrente, para que se suicidar ? É um claro reflexo do deprimido agudo: não consegue prosseguir.

Este post é um alerta para os que sentem inveja. No estatuto do desarmamento, ela deveria ser citada, pois é uma arma letal. A arma mecânica é só o "braço armado da inveja", neste caso. A campanha do desarmamento deveria confiscar é a agressividade exacerbada e cega do homem, e não as armas mecânicas. Campanhas deveriam alertar o trabalhador de que agressões verbais e físicas serão consideradas como tentativas de homicídio igualmente qualificadas.

Concurso público faz bem às instituições ?

Foi uma reinvindicação da sociedade que, para combater o Nepotismo (empregar parentes), as vagas fossem preenchidas através de Concursos. Até algumas empresas privadas fazem uma prova, dada a quantidade de mão-de-obra disponível, infelizmente desqualificada, em sua maioria.

E como toda novidade traz a oportunidade, foi criada uma indústria do concurso. Os cursinhos pré-vestibulares, sem clientela devido à proliferação de Universidades de fim de semana e Faculdades de pouca credibilidade, encontraram um novo mercado: os aspirantes aos cargos oferecidos em concurso público. É fato que existem os profissionais de concurso público, que se inscrevem para decifrar a organização e os padrões destes. Tudo tem padrão e repetição.

Nós mesmos aguardávamos esta mudança, como se fosse uma panacéia. Tolos que fomos.

Os órgãos públicos receberam uma enorme "descarga" destes indivíduos. E pudemos observar seu comportamento, desde 1991, quando todo mundo começou a cumprir a lei. Para nossa infelicidade, o concursado apresenta, em sua maioria, tendência a se classificar como excessivamente legítimo e a abrogar mais direitos do que realmente tem. Ele se acha "indemissionável", ou seja, propala aos quatro ventos que para mandá-lo embora é muito difícil.

Quando as coisas ficam um pouco ruins, ele logo dispara a seguinte frase:

Ah, eu passei no concurso daqui, eu faço outro e vou embora

E eles tem razão quanto a passar em outro concurso facilmente. Isto foi fruto de um debate entre colegas por muitos anos: o comportamento do concursado. O porquê de muitos concursados passarem fácil em concursos mas trabalharem mal tem razões paradoxais. Ele se tornou especializado em ... ESTUDAR. E quem já teve outros empregos, outras experiências, sabe ... TRABALHAR.

Todo trabalho terá, certamente, aspectos desagradáveis periodicamente, mas o indivíduo não pode fugir ao menor sinal de perigo. Melhor seria que o concursado tivesse várias experiências de pequenos trabalhos, até voluntários, antes de se lançar a um concurso. Como vai trabalhar em uma firma do Governo ( na grande maioria dos concursos o oferecido é isto ), já deve ir com a idéia de que existe muita política, códigos de ética e mudanças de acordo com os resultados das eleições.

Outro aspecto terrível dos concursos é a forma como o candidato encara a Bibliografia Sugerida. Se ele decorar, aceitando as fontes como verdade absoluta, ele passa. Aliás, muitos dos que passam tem esta característica, e passam em todos concursos que fazem, nas melhores colocações. E no trabalho, a persistir esta tendência, eles serão aqueles funcionários que seguirão as ordens à risca, sem criar nada, sem inovar, sem questionar. Em seu aspecto mais deletério, este funcionário pode se transformar num "dedo-duro", num "puxa-saco" e num invejoso que tentará barrar o crescimento dos colegas.

Portanto, pobre candidato que ler estas linhas, tenha consciência do que vai fazer, antes de entrar num concurso público.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Não precisa ficar nervoso não, é apenas trabalho

O empregado passa por várias fases no trabalho. (1) Fase do entusiasmo absoluto. O empregado acabou de passar no concurso público externo ou interno. É chamado para ser admitido. Está em estado de júbilo indescritível. Nada o desanimará por uns bons meses.

Após alguns meses, a situação já se transformou em rotina (2), e o empregado já abre os olhos e percebe o que está à sua volta. Talvez já não ache os colegas tão irmãos, mas considera isto normal. Alguns tropeços e (3) já percebe que existem "carnes de pescoço" e já começa a evitar algumas delas.

Daí surgem ramificações de comportamento, muitas, e por serem muitas vamos nos ater só à que nos interessa. Após uns anos de trabalho, alguns indivíduos adquirem comportamento obsessivo em relação ao trabalho. Ao invés de se preocuparem com frutos, começam a se preocupar excessivamente com o terreno.

Da plantação você deve se preocupar em colher os frutos, bem como do trabalho você deve se preocupar em colher o salário, com justiça, e não com rigidez excessiva de comportamento, querendo mostrar que é melhor que os outros, ou que está certo e todos os outros errados.

O obsessivo, começa a querer ser muito correto, querer que tudo passe por ele, pois se acha modelo de retidão, justiça, sobriedade, altivez e altruísmo. Então é preciso que alguém lhe diga com firmeza e amor:

Meu filho (ou minha filha) isto é só trabalho

Esta pessoa, envolvida pelo cotidiano, tornando o trabalho sua fonte de realização, e por vezes esquecendo da própria família, começa a se exasperar pelas menores frustações e querer saber de tudo, e que tudo passe por ela. Não percebe que é apenas mais um empregado, tornando-se chata e execrada pelos colegas.

terça-feira, 29 de março de 2011

Empurroterapia - Deixa pros outros

É um fenômeno citado no primeiro post deste blog, mas que, por sua importância para a psicologia, precisa ser detalhado. Desta forma, se o leitor se identificar com isto ou identificar algum vizinho com o distúrbio, poderá se curar ou entender o outro. Nosso objetivo é a identificação, compreensão e cura.

Chega o serviço na mão do indivíduo. Ele é tomado, no primeiro momento, de preguiça EVENTUAL. É normal, somos humanos. O impacto de um novo serviço é menor nas primeiras horas do dia. À medida em que o fim do turno se aproxima, a preguiça é maior. Este é o comportamento genérico.

Trabalhadores compulsivos

Existem indivíduos que compõem uma casta de exceção, pois quanto mais "aquecidos", mais viciados se tornam, e vão pegando tudo o que aparece numa atividade febril e produtiva. Daí podem advir os acidentes de trabalho, esgotamento e distúrbios. São como hiperativos.

Preguiçosos crônicos

O primeiro reflexo do preguiçoso não eventual, ou seja, o crônico, é de se livrar da demanda que chegou às suas mãos. Por que tinham que dar esta demanda justamente para ele ? Não tem outros na sala não ? Não tem gente que ganhe mais, não ?

Os normais

Já o empregado normal domina esta preguiça inicial e pergunta o que é para fazer, vai atrás e segue a sua vida laboral. Já disseram que tudo é é aflição e vaidade debaixo do sol. Trabalho é um suave sacrifício. Soldados são feitos às custas de cargas nas costas, distâncias a percorrer e alguns "tiroteios".

Os coitadinhos

A natureza forneceu à espécie humana inteligência emocional o suficiente para bolar saídas inimagináveis e fortuitas para as situações. Alguns aproveitam alguma mazela em sua vida para "registrar em cartório" a sua incapacidade e se livrar de qualquer serviço. Pode ser o fato de ter sido abandonado pelo marido ou esposa. Pode ser a morte de um filho, do pai, da mãe, do irmão, pode ser uma doença, um trauma. E, ao invés de se recuperar, vê neste mal seu atestado de "não me dá nada para fazer".

Uma nota pessoal: tive mais de 8 anos de depressão, e Deus, o trabalho e os colegas me ajudaram a me reerguer. Disse isto apenas como exemplo de que um coitadinho pode se levantar e trabalhar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Vaidades e Serviço que não anda

Desânimo e indiferença são substantivos que nos acompanham em discussões onde vemos colegas que alegam querer as melhorias, as mudanças, mas que não largam, de jeito nenhum, suas práticas arraigadas e antigas. Os velhos hábitos (e roupa já se chamou hábito) são como uma fantasia que os ajuda a afirmar seu personagem patético. O serviço já se tornou uma máscara por detrás da qual o ser humano se esconde, para não ter que expor seu ser medíocre.

Para que defender pontos de vista que não se coadunam com a realidade e com o progresso ? Só pelo ponto de vista ? Vaidade, disse Salomão. Ele já havia experimentado de tudo o que sua época e o seu dinheiro podiam oferecer. De forma semelhante, depois que uma prática já "deu tudo o que tinha que dar" é hora de modificá-la para melhor, ou abandoná-la em troca de outra.

Muitas pessoas, depois que sua vida no lar se torna uma droga, se agarram ao trabalho. No trabalho, se não existem mais possibilidades, pelo menos existe a possibilidade de barrar as novas idéias, de se opor. O "ser do contra" oferece a falsa sensação de poder. Vaidade maior é o sentir-se o centro das atenções, pois quem discorda sempre fica em evidência.

E aonde vai chegar este que se fez Vaidade pura e centro das atenções ?

Em sua busca em ser o centro das atenções, ele chegará ao centro de si mesmo, e nada vai descobrir, pois em seu centro só vai achar a Vaidade.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Reunião e reuniões de trabalho

Nós somos animais sociais e predadores comportamentais. Seriamos plenamente sociais se não tentássemos, a todo momento, mostrar que estamos com a razão, e desejarmos o controle das situações. Somos manipuladores. A raiz disto tudo é o medo. Ouvi uma frase a algum tempo que expressa perfeitamente este conflito:

Preciso lutar, pois ainda sinto medo

Quem está seguro do seu lugar e do que faz, que no fundo significa a certeza do que é, não tem medo. A ausência total deste medo se encontra na crença em Deus, mas sosseguem que eu não vou entrar no terreno espiritual.

O lugar e tempo onde mais se constata a insegurança e o medo da criatura "trabalhícia" (empregado, funcionário, gerente, assessor) é uma reunião. A reunião é um processo conhecido na química como entrópico (se refere à desorganização de um Sistema). Os debates em torno de necessidades comuns do dia a dia e projetos se transformam em combates, com os únicos tipos de "tiros" e disparos permitidos em uma reunião:


  • ofensas
  • lembranças dos erros cometidos pelos colegas
  • cobrança de projetos que não se concretizaram
  • os "se tivesse dado isto para mim"
  • os "eu fiz isso" e "eu fiz aquilo"
  • lamentações
  • "firmar âncora" (avisar que não vai participar de mais nada)
  • diminuir-se para ver se é consolado
  • choro
  • surto


Não se ria. Isto é uma fonte de exemplos, bons e maus, e necessários. Isto é o ser humano trabalhando. Basta uma maça podre no grupo para fazer aflorar estes comportamentos.

As corporações convivem com tipos insidiosos e desordeiros, provocadores e medíocres devido à lei trabalhista paternalista. Empregado deve trabalhar não para sua realização, não para mostrar algo aos outros, mas para auferir sustento, observar, corrigir-se e GANHAR CONHECIMENTO PARA O PRÓXIMO EMPREGO ou para CONSTRUIR SUA PRÓPRIA OPORTUNIDADE (negócio próprio).

O ideal é trabalhar, trabalhar e desenvolver uma fibra de aço. Desejável e útil seria que TODO empregado se interessasse por psicologia.

Não é preciso hierarquia quando temos amor próprio e respeito por nós mesmos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Infância da maturidade

Todos já ouviram das fases do crescimento mental: infância até 1 ano e meio, infância de um ano e meio aos cinco anos, infância até aos 7 anos, depois pré-adolescência e adolescência. Maioridade entre 18 e 21 anos em termos mentais. Mas alguns dizem durar a adolescência do brasileiro até os 32 anos.

E depois ? Parou ? Para a maior parte das pessoas, obedecendo ao biológico, e não aos acidentes, dos 30 aos 50 provavelmente se perde os pais. Aos 60, se ainda os tiver, poder-se-á considerar sortudo, e aos 70 um afortunado. E o que sucede ao se perder as raízes ? Amadurecimento total ? Cada um elabora estas perdas de forma coerente com a educação e influências.

Sem nos atermos à perda em si, existe fase de crescimento mental dos 30 ou 35 em diante ?

É no trabalho que notamos se existe ou não este fenômeno.

Os estagnados

Esta categoria é das pessoas imaturas que passam por tudo, e principalmente perdas, e não evoluem.

Os pessimistas

Esta categoria usa as perdas para declarar que tudo é ruim, e só tende a piorar.

Os chorosos

Nesta casta estão os que usam as perdas para se fazerem de coitadinhos (pois não são as perdas os agentes do estado de "coita" mas sim eles mesmos) e obterem benefícios.

Os deprimidos

Estes realmente caem, pois foram educados para não resistirem e se entregarem. Eles precisam de ajuda. Vão passar anos neste estado, adoecendo, ou se levantando como verdadeiros jacarandás.

Os espirituais

Vão aproveitar os reveses e perdas para se voltarem para Deus ou para crenças que acham que vão levá-los até Ele. Depende do grau de dificuldade que poderão suportar.

Conclusão

No ambiente de trabalho, com os anos de convivência, a tendência é o ambiente melhorar, à medida em que a turma vai envelhecendo. O maior problema serão os estagnados, pois não mudam. Quando se perceberem muito mais velhos, ou aposentarem, vão querer correr em busca do tempo perdido, mas será tarde. No trabalho serão mal recebidos e em casa se tornarão chorosos. Sua única saída será a Igreja.


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Falar alto incomoda tanto como uma agressão

Trinta anos atrás, ou mais, as empresas começaram a separar seus departamentos com divisórias, para que os funcionários pudessem ter certa privacidade para se concentrar no trabalho. Mas por causa da personalidade do brasileiro médio de "enrolar" (embromar) no trabalho, e sair sem avisar (conhecido como nó cego), os designers de móveis de escritório foram levados a projetar divisórias baixas. Desta forma, um numeroso grupo de funcionários fica a mercê dos múltiplos diálogos dos colegas, num burburinho que, se não compreensível, incomoda por se constituir num ruído constante como se fosse de uma máquina funcionando o tempo todo.

Mas a tendência ao caos é sempre maior, e um fator se destaca de todos os outros: pessoas que falam muito alto, ao telefone, ou com o colega do lado ou com aquele colega que está a uns 10 metros de distância. Isto é extremamente perturbador, pois torna a concentração impossível, e atinge pelo menos umas dez pessoas próximas. É um fator de improdutividade considerável.

As origens deste problema simplesmente residem em uma educação que vem de casa. Pai e mãe usam correntemente a ordem em casa:

Meu filho, fale baixo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Trabalho não é a casa da gente

Uma das grandes confusões que surgem quando o indivíduo passa dez horas ou mais em seu local de trabalho é a de achar que ali é a sua casa. E em achando isto, passa a tratar os colegas exigindo o comportamento de irmãos fraternais, e passa a tratar o gerente como um pai, chegando ao ponto de fazer também "birra". E esta confusão pode culminar em transformação do local de trabalho para ele e para os outros em clínica psiquiátrica, onde ele é o doente tentando adoecer os colegas, pois desta forma será melhor compreendido.

Trabalho é uma operação na qual se tira o sustento, com o suor do rosto, conforme o bem dito da Bíblia. Colegas são elegíveis para novas amizades, mas não são amigos por definição. O trabalho é também para crescimento do ser humano. Não se substitui o lar pelo trabalho, até porque não podemos transitar no mesmo de chinelo e bermuda e sem camisa.

Trabalho é trabalho, casa é casa.

Que violência é esta ?

Além das conhecidas "violência do tráfico", "violência nas escolas" e "violência em casa", temos o advento da Violência no Trabalho, fruto de uma geração sem limites. Mas como tudo é proveitoso, vamos ganhar conhecimento estudando este fenômeno. A ciência não distingue bem e mal; ela estuda os fenômenos e tenta incluí-los em um modelo, facilitando sua compreensão e construindo um arcabouço teórico para descrevê-los.

O trabalho já foi uma oração salutar, onde se laborava com prazer e de onde provinham as amizades das pessoas. Dizem que a concorrência e o aumento da população fez com que as pessoas ficassem mais agressivas. Dizemos que:

Até na guerra existe a cortesia.

Isto ocorre porque nela todos os envolvidos sabem que estão numa situação extrema. Mas o trabalho não é condição extrema, e nem o deve ser. Se o for, existe contexto para a violência. É o caso ? Respondamos depois.

Formas de violência

Principalmente, a violência no trabalho se expressa de forma verbal e nas ações:

  • Fofocas horizontais: de colega para colega;
  • Fofocas verticais: colega falando mal de colega para o gerente;
  • Empurrar serviço para os outros;
  • Brigar com os colegas para pegar o serviço deles;
  • Sair na hora que vê que vai chegar algum serviço;
  • Fazer de um pequeno problema de saúde uma doença grave, para não ter que trabalhar;
  • Sumir com o serviço do colega;
  • Passar um serviço seu para o colega ao sair de férias sem o chefe saber;
  • Agressão física.

Isto é somente uma introdução para meditação. Talvez desta forma você não precise ler os posts que se seguirão.