terça-feira, 29 de março de 2011

Empurroterapia - Deixa pros outros

É um fenômeno citado no primeiro post deste blog, mas que, por sua importância para a psicologia, precisa ser detalhado. Desta forma, se o leitor se identificar com isto ou identificar algum vizinho com o distúrbio, poderá se curar ou entender o outro. Nosso objetivo é a identificação, compreensão e cura.

Chega o serviço na mão do indivíduo. Ele é tomado, no primeiro momento, de preguiça EVENTUAL. É normal, somos humanos. O impacto de um novo serviço é menor nas primeiras horas do dia. À medida em que o fim do turno se aproxima, a preguiça é maior. Este é o comportamento genérico.

Trabalhadores compulsivos

Existem indivíduos que compõem uma casta de exceção, pois quanto mais "aquecidos", mais viciados se tornam, e vão pegando tudo o que aparece numa atividade febril e produtiva. Daí podem advir os acidentes de trabalho, esgotamento e distúrbios. São como hiperativos.

Preguiçosos crônicos

O primeiro reflexo do preguiçoso não eventual, ou seja, o crônico, é de se livrar da demanda que chegou às suas mãos. Por que tinham que dar esta demanda justamente para ele ? Não tem outros na sala não ? Não tem gente que ganhe mais, não ?

Os normais

Já o empregado normal domina esta preguiça inicial e pergunta o que é para fazer, vai atrás e segue a sua vida laboral. Já disseram que tudo é é aflição e vaidade debaixo do sol. Trabalho é um suave sacrifício. Soldados são feitos às custas de cargas nas costas, distâncias a percorrer e alguns "tiroteios".

Os coitadinhos

A natureza forneceu à espécie humana inteligência emocional o suficiente para bolar saídas inimagináveis e fortuitas para as situações. Alguns aproveitam alguma mazela em sua vida para "registrar em cartório" a sua incapacidade e se livrar de qualquer serviço. Pode ser o fato de ter sido abandonado pelo marido ou esposa. Pode ser a morte de um filho, do pai, da mãe, do irmão, pode ser uma doença, um trauma. E, ao invés de se recuperar, vê neste mal seu atestado de "não me dá nada para fazer".

Uma nota pessoal: tive mais de 8 anos de depressão, e Deus, o trabalho e os colegas me ajudaram a me reerguer. Disse isto apenas como exemplo de que um coitadinho pode se levantar e trabalhar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Vaidades e Serviço que não anda

Desânimo e indiferença são substantivos que nos acompanham em discussões onde vemos colegas que alegam querer as melhorias, as mudanças, mas que não largam, de jeito nenhum, suas práticas arraigadas e antigas. Os velhos hábitos (e roupa já se chamou hábito) são como uma fantasia que os ajuda a afirmar seu personagem patético. O serviço já se tornou uma máscara por detrás da qual o ser humano se esconde, para não ter que expor seu ser medíocre.

Para que defender pontos de vista que não se coadunam com a realidade e com o progresso ? Só pelo ponto de vista ? Vaidade, disse Salomão. Ele já havia experimentado de tudo o que sua época e o seu dinheiro podiam oferecer. De forma semelhante, depois que uma prática já "deu tudo o que tinha que dar" é hora de modificá-la para melhor, ou abandoná-la em troca de outra.

Muitas pessoas, depois que sua vida no lar se torna uma droga, se agarram ao trabalho. No trabalho, se não existem mais possibilidades, pelo menos existe a possibilidade de barrar as novas idéias, de se opor. O "ser do contra" oferece a falsa sensação de poder. Vaidade maior é o sentir-se o centro das atenções, pois quem discorda sempre fica em evidência.

E aonde vai chegar este que se fez Vaidade pura e centro das atenções ?

Em sua busca em ser o centro das atenções, ele chegará ao centro de si mesmo, e nada vai descobrir, pois em seu centro só vai achar a Vaidade.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Reunião e reuniões de trabalho

Nós somos animais sociais e predadores comportamentais. Seriamos plenamente sociais se não tentássemos, a todo momento, mostrar que estamos com a razão, e desejarmos o controle das situações. Somos manipuladores. A raiz disto tudo é o medo. Ouvi uma frase a algum tempo que expressa perfeitamente este conflito:

Preciso lutar, pois ainda sinto medo

Quem está seguro do seu lugar e do que faz, que no fundo significa a certeza do que é, não tem medo. A ausência total deste medo se encontra na crença em Deus, mas sosseguem que eu não vou entrar no terreno espiritual.

O lugar e tempo onde mais se constata a insegurança e o medo da criatura "trabalhícia" (empregado, funcionário, gerente, assessor) é uma reunião. A reunião é um processo conhecido na química como entrópico (se refere à desorganização de um Sistema). Os debates em torno de necessidades comuns do dia a dia e projetos se transformam em combates, com os únicos tipos de "tiros" e disparos permitidos em uma reunião:


  • ofensas
  • lembranças dos erros cometidos pelos colegas
  • cobrança de projetos que não se concretizaram
  • os "se tivesse dado isto para mim"
  • os "eu fiz isso" e "eu fiz aquilo"
  • lamentações
  • "firmar âncora" (avisar que não vai participar de mais nada)
  • diminuir-se para ver se é consolado
  • choro
  • surto


Não se ria. Isto é uma fonte de exemplos, bons e maus, e necessários. Isto é o ser humano trabalhando. Basta uma maça podre no grupo para fazer aflorar estes comportamentos.

As corporações convivem com tipos insidiosos e desordeiros, provocadores e medíocres devido à lei trabalhista paternalista. Empregado deve trabalhar não para sua realização, não para mostrar algo aos outros, mas para auferir sustento, observar, corrigir-se e GANHAR CONHECIMENTO PARA O PRÓXIMO EMPREGO ou para CONSTRUIR SUA PRÓPRIA OPORTUNIDADE (negócio próprio).

O ideal é trabalhar, trabalhar e desenvolver uma fibra de aço. Desejável e útil seria que TODO empregado se interessasse por psicologia.

Não é preciso hierarquia quando temos amor próprio e respeito por nós mesmos.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Infância da maturidade

Todos já ouviram das fases do crescimento mental: infância até 1 ano e meio, infância de um ano e meio aos cinco anos, infância até aos 7 anos, depois pré-adolescência e adolescência. Maioridade entre 18 e 21 anos em termos mentais. Mas alguns dizem durar a adolescência do brasileiro até os 32 anos.

E depois ? Parou ? Para a maior parte das pessoas, obedecendo ao biológico, e não aos acidentes, dos 30 aos 50 provavelmente se perde os pais. Aos 60, se ainda os tiver, poder-se-á considerar sortudo, e aos 70 um afortunado. E o que sucede ao se perder as raízes ? Amadurecimento total ? Cada um elabora estas perdas de forma coerente com a educação e influências.

Sem nos atermos à perda em si, existe fase de crescimento mental dos 30 ou 35 em diante ?

É no trabalho que notamos se existe ou não este fenômeno.

Os estagnados

Esta categoria é das pessoas imaturas que passam por tudo, e principalmente perdas, e não evoluem.

Os pessimistas

Esta categoria usa as perdas para declarar que tudo é ruim, e só tende a piorar.

Os chorosos

Nesta casta estão os que usam as perdas para se fazerem de coitadinhos (pois não são as perdas os agentes do estado de "coita" mas sim eles mesmos) e obterem benefícios.

Os deprimidos

Estes realmente caem, pois foram educados para não resistirem e se entregarem. Eles precisam de ajuda. Vão passar anos neste estado, adoecendo, ou se levantando como verdadeiros jacarandás.

Os espirituais

Vão aproveitar os reveses e perdas para se voltarem para Deus ou para crenças que acham que vão levá-los até Ele. Depende do grau de dificuldade que poderão suportar.

Conclusão

No ambiente de trabalho, com os anos de convivência, a tendência é o ambiente melhorar, à medida em que a turma vai envelhecendo. O maior problema serão os estagnados, pois não mudam. Quando se perceberem muito mais velhos, ou aposentarem, vão querer correr em busca do tempo perdido, mas será tarde. No trabalho serão mal recebidos e em casa se tornarão chorosos. Sua única saída será a Igreja.